terça-feira, 3 de maio de 2011

Muricy esquece vantagem e prepara o Santos para vencer


Prepare-se para entrar em campo. Aqui o Santos e você jogarão hoje à noite pela Libertadores.
Apesar do cansaço, das dificuldades com a viagem e da ausência de Elano, o técnico Muricy Ramalho disse que não colocará o Santos na defesa, para segurar o empate. Muricy, que iniciou sua carreira de técnico justamente no México, em 1993, treinando o Puebla – com quem foi campeão, antes de ser auxiliar técnico de Telê Santana, no São Paulo – disse à imprensa local que o Santos buscará a vitória:
“Tenemos una final el domingo, pero para nosotros la otra Final es hoy contra el América. Venimos para buscar la calificación. Si se empata está bien, porque estaríamos clasificados, pero nosotros no venimos para empatar, venimos para jugar al futbol como tiene que jugar un equipo, o sea, tener la pelota, marcar bien al América y salir a jugar bien con la pelota”.
A confiança de Muricy parece ter surpreendido parte da imprensa mexicana, que esperava um discurso tradicional, elogiando o adversário, falando da dificuldade da parrtida etc. Mas Muricy parece mais preocupado em não baixar a confiança dos seus jogadores.
Já se sabe que o América deverá ser bem ofensivo, com até quatro atacantes. O mexicano Ángel Reyna, artilheiro da liga mexicana, terá como companheiros de ataque o uruguaio Vicente Sánchez, o argentino Vicente Vuoso e o brasileño Rosinei, ex-Corinthians, que já está pensando em se naturalizar mexicano para jogar a Copa pelo país estrangeiro.
Experiente, Muricy sabe que o Santos não poderá apenas se defender, pois isso tornará mais provável os gols do adversário e a desclassificação do Alvinegro Praiano. Se jogar de igual para igual, como se não tivesse nenhuma vantagem, terá grandes possibilidades de também fazer ao menos um gol, o que obrigaria o adversário a marcar três para se classificar.
A possibilidade de se adotar novamente o sistema com três zagueiros não está descartada, mas dependerá do desenvolvimento do jogo. Se o time estiver se saindo bem com o sistema 4-4-2, não haverá motivo para qualquer alteração tática.
Defesa, o ponto fraco do América
Se depender das estatísticas, o time mexicano sofrerá ao menos um gol hoje. Pois em 17 partidas pelo campeonato mexicano, sofreu 28 gols, e em sete jogos na Libertadores, vazou mais sete. Isso dá 35 gols sofridos em 24 jogos, ou 1,45 gol por partida.
Surgiram também noticias, não confirmadas, de que o goleiro Guillermo Ochoa estava com a mão machucada. De qualquer forma, Ochoa é conhecido por sua dificuldade em defender bolas chutadas de longa distância. Que Danilo, Paulo Henrique Ganso e Jonathan não deixem de arriscar.
Pumas entregou para o América?
O conhecido site esportivo La afición.com traz uma acusação séria. O colunista Roberto Velázquez Bolio afirma que o América só derrotou o Pumas por 2 a 0, domingo, fora de casa, porque o adversário, que era líder do torneio clausura, amoleceu o jogo.
Segundo Roberto Bolio, o Pumas não queria jogar as quartas-de-final em Querétaro, onde sua torcida já teve problemas com a política e certamente teria novamente. Também preferia enfrentar o Monterrey do que voltar a jogar contra o América (só uma derrota por dois de diferença é que desclassificaria o América domingo, e ao sofrer o primeiro gol, o Pumas teria baixado a guarda).
Dificuldades planejadas por mexicanos?
Há muito percebi que aquela imagem simpática da torcida mexicana invadindo o Estádio Azteca para comemorar com Pelé & Cia a conquista da Jules Rimet, em 1970, não corresponde mais à realidade.
Futebol mais rico e mais estruturado do que o brasileiro, com uma Seleção que tem mais vencido do que perdido do Brasil nos últimos anos, muitos mexicanos não consideram mais seus jogadores e times inferiores aos brasileiros. Quem espera um clima amistoso neste confronto de hoje, se engana.
No Santos, há quem acredite que uma ordem superior do México é que impediu que o avião fretado – de uma companhia mexicana – embarcasse a equipe brasileira logo depois do jogo de sábado contra o São Paulo, como já estava acertado com antecedência.
Os santistas também estranharam o zelo das autoridades alfandegárias, que mesmo sabendo que se tratava de um time de futebol, que faria um jogo e depois retornaria imediatamente ao Brasil, fizeram questão de revistar um número excessivo de malas dos jogadores e de integrantes da comissão técnica, retardando ainda mais a chegada da delegação ao hotel de Querétaro, o que só ocorreu por volta das quatro horas da manhã de segunda-feira.
Jogos anteriores têm mostrado um policiamento extremamente omisso nos jogos pela Libertadores disputados no México. Objetos são jogados no campo e o risco de invasão existe. Isso é agravado pela impunidade que grassa na Conmebol, entidade que não passa de um escritório de negócios.
Estádio comporta 60 mil pessoas
Ao contrário do que informei no último post – baseado em um conhecido site internacional –, o estádio El Corregidora, utilizado no Mundial do México em 1986, não tem capacidade de apenas 34 mil pessoas, mas sim de 60 mil pessoas, praticamente o dobro.
A região também tem muitos torcedores do América, mas a pressão não deverá ser tanta quando no Estádio Azteca. Primeiro, porque os aficionados do América dão mais valor à liga nacional. E depois porque, infiltrado entre os americanos, haverá mexicanos que ainda admiram o futebol brasileiro e estarão no El Corregidora para ver Neymar, Ganso & Cia.
Times, arbitragem, horário
América: Guillermo Ochoa; Óscar Rojas, Valenzuela, Aquivaldo Mosquera, Diego Reyes; Daniel Montenegro, Rosinei, Vicente Sánchez, Pavel Pardo; Vicente Vuoso y Ángel Reyna. Técnico: Carlos Reynoso.
Santos: Rafael; Jonathan, Edú Dracena, Durval, Leo; Arouca, Danilo, Adriano, Paulo Henrique Ganso; Neymar y Ze Eduardo. Entrenador: Muricy Ramalho.
Arbitragem: Carlos Vera, auxiliado por Luis Alvarado e Marco Muzo, todos do Equador. O jogo poderá ser transmitido pelo Sportv, a partir das 22h45m (horário do Brasil). Por enquanto a tevê aberta está ignorando o Santos na Libertadores. Mas é só passar mais duas rodadas e não dará para fingir que não vê.


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